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Enquanto professora eu passava boa parte das minhas férias confeccionando os cartazes para a minha sala de aula, pois não tinha condições de comprar como algumas das minhas amigas.
Escolhia o tema que eu “achava” que as crianças iriam gostar.
Fiz da Turma da Mônica, do Mickey (até o meu bingo do alfabeto era no formato da cabeça do Mickey, rsrsr) e deixava muitas vezes o armário aberto para que vissem o quanto eu era organizada e caprichosa, pois os potinhos eram de Mickey também kkkkk.
Observava que as crianças ficavam indiferentes a minha organização, faziam a leitura dos cartazes em sala, exploravam, porém sem o entusiasmo que eu imaginava, parecia que eu que havia feito gostava muito mais do que elas.
Um belo dia fiz uma formação, onde nos foi proporcionado pensar, refletir sobre essas questões…
Os cartazes agradavam mais a mim do que a elas (as crianças)? Elas conheciam bem os personagens (pois atuei muito em comunidades carentes) eram os preferidos delas? O material que eu fazia uso era sustentável?
Após a formação, fiz um teste. Avisei a equipe da escola que a sala estaria mais clean, rsrsrs, e que junto com as crianças estaríamos decorando. Levei para a sala o básico: a base do calendário (os dias, meses e ano), os nomes para as listas, etc.
Logo no início do ano letivo, quando as crianças já estavam mais adaptadas, expliquei sobre a proposta e começamos a decorar a sala juntos. Tiveram a oportunidade de colocar a mão na massa, escolher seus temas, deixar impresso as suas preferências e gostos. Levamos revistas, adesivos, imagens que haviam utilizado nos aniversários , etc.
As crianças se empolgavam e ficavam felizes em estar participando daquele momento, de serem representadas, de se sentirem partes importantes no processo.
“A sala ficou linda, não da forma que eu achava que tinha que ser, mas da forma que as crianças escolheram”.
Aproveitaram muito mais os espaços, e acredito terem aprendido muito mais com ele.
No vídeo do canal, trago essa experiência, com dicas do que não pode faltar nas salas para cada grupo de crianças.
Então … confira e me conta nos comentários lá no Youtube como você organiza a sua sala de aula!
Era a minha primeira vez como professora na Rede Municipal da minha cidade. As crianças de aproximadamente 3 anos chegavam curiosas, com medo, chorando, eu sentia todos esses sentimentos porém não deixava transparecer (ou deixava rsrs).
As mães falavam os nomes das crianças mas no desespero em acolher e iniciar os trabalhos eu não conseguia gravar. Vi algumas professoras com a fita crepe anotando os nomes e colocando como um crachá nas camisetas e nas mochilas. Fiquei frustrada, não tinha pensado nisso.
Outras estavam com os crachás feitos em cartolina prontinhos e colocavam nas crianças.
Perguntei o nome de cada um e entendi muito pouco do que diziam em meio aoschoros. Eu havia confeccionado um painel de boas vindas, feito lembrancinhas, preparado atividades em folhas, as crianças nem viram. Umas choravam, outras brincavam, mas de repente as que estavam brincando também começavam a chorar como se quisessem consolar as outras, ou dizer eu também estou com você nessa.
Até eu tive vontade de chorar, fiquei pensando no que fazer e a forma que encontrei foi a de acolher e validar aquele choro.
Mochilas, brinquedos, roupas, tênis, objetos pessoais, etc, e eu perguntava de quem era e mais de uma criança dizia ser seu, aí entendi o motivo das demais professoras estarem marcando os pertences pessoais.
No dia seguinte, após essa primeira experiência, tive que tomar atitudes diferentes. Verifiquei os nomes e fiz os crachás, organizei os cantinhos, coloquei uma música calma de fundo (não muito baixa e nem alta – amo música), fiz o possível para respeitar o interesse das crianças e a partir de então entendi que não adiantava querer trabalhar na primeira semana as mesmas atividades com todos, que o choro é uma forma de se comunicar e não tem nada a ver com o meu pessoal se gostaram ou não de mim e que painéis, lembracinhas precisam considerar o interesse das crianças, por mais que parecesse lindas para mim, será que seriam úteis para elas?
Hoje com mais de 24 anos de experiência na Educação, com as mudanças trazidas pelos documentos oficiais, pelas legislações, em especial pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular) que traz forte a criança como protagonista, cheguei a conclusão de que o caminho para esse momento tão difícil, tão necessário para bebês e crianças era o que eu já trilhava.
Portanto, elaborei um vídeo sobre esse assunto no meu canal do Youtube com ideias e sugestões de música de acolhimento, cantinhos e lembrancinhas, também sobre os principais temas para fortalecer e oferecer com qualidade o atendimento na Educação Infantil.
Também estamos organizando a #SEI – II Semana da Educação Infantil – o maior evento online e gratuito voltado exclusivamente para a Educação Infantil, com Certificado de 40 horas, materiais em PDF e sorteios especiais.
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